Na contramão de iniciativas do governo estadual, de se desmontar empresas públicas, audiência na ALMG destaca importância da Epamig e debate PEC que destina recursos à pesquisa agropecuária

Foi realizada no dia 22/10, audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater o fortalecimento, as perspectivas, importância e mecanismos de fortalecimento da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig – para o desenvolvimento agropecuário do Estado. Durante a audiência foi discutida ainda a Proposta de Emenda à Constituição nº 4/2019, que dispõe sobre a destinação de, no mínimo, 10% dos recursos da entidade de amparo e fomento à pesquisa para a manutenção de infraestrutura e suporte a instituições do Estado que realizem desenvolvimento e inovação em agropecuária.

A presidente da Epamig, Nilda de Fátima Ferreira Soares, apresentou ao grupo presente, informações sobre o importante serviço que a Empresa presta à sociedade, destacando sua história e relevância para a agricultura mineira. Nilda apresentou aos parlamentares, e representantes de outras entidades presentes, um panorama da alta capacitação do pessoal envolvido nas pesquisas e repasse do conhecimento e como isso contribui para o desenvolvimento social e ambiental do Estado. Nilda apresentou vários depoimentos de produtores, pesquisadores de outros estados, pesquisadores da Epamig, técnicos da Emater, prefeitos e professores, que defenderam o serviço de excelência que vem sendo prestado pela Epamig ao longo de seus 45 anos.

Outro ponto de destaque, na fala dos deputados, é de que a atenção deve se voltar ainda aos desafios que vêm sendo enfrentados também por outras empresas, como como Emater e IMA, que contribuem para o desenvolvimento do Estado, para a sustentabilidade dos sistemas de produção, recuperação de áreas degradadas, levando renda para as famílias e conseguindo manter esses produtores no campo, contribuindo assim, para o aumento da produção de alimentos. Além de se investir no desenvolvimento de tecnologias, é preciso investir na valorização dessas empresas, com reposição de profissionais e condições adequadas para desenvolvimento do trabalho.

Gustavo Laterza, presidente da Emater-MG, afirma que a agropecuária e o sistema de agricultura geram desenvolvimento e renda para o povo mineiro. Gustavo defendeu que precisamos valorizar a história de grandes serviços para a sociedade, mantendo a ocupação do campo. Outro destaque foi a necessidade de reconhecimento e valorização das empresas que fomentam a agricultura e o desenvolvimento no campo, com seus trabalhos integrados, cada um na sua missão, cada um na sua expertise, levando desenvolvimento e conhecimento ao campo.

Paulo Piau, prefeito de Uberaba, destacou o importante do trabalho da Epamig e universidades para produções que vêm ganhando destaque, principalmente no Cerrado. Ele citou dados da FAO, que vê o Brasil como um País estratégico na erradicação da fome no mundo e quando há a opção por não investir em pesquisa e desenvolvimento no campo, há o risco do país não contribuir como o esperado. Conhecimento e inovação devem ser estimuladas para que País mantenha seu posto. O prefeito reforçou ainda que o poder público pode garantir para além do interesse financeiro, que é o foco do interesse privado, o acesso de todos ao desenvolvimento tecnológico e às informações para melhorar a produção e, consequentemente, a renda desses produtores. Para Piau, é necessário garantir a sustentabilidade da Empresa, para que a Empresa possa fazer muito mais pela pesquisa e pelo desenvolvimento de Minas e do País.

O SINTER-MG defende a recuperação do orçamento e que sejam feitos investimentos nas empresas públicas que apoiam a agricultura mineira, uma vez que boa parte do PIB do Estado vem da produção do campo, sendo a agricultura familiar uma das grandes contribuidoras para esse desenvolvimento. Os recursos investidos em empresas como Emater, Epamig e IMA retornam aos cofres do Estado pelo aumento da produtividade obtida.