CELEBRAÇÃO DE QUE? DA FALTA DE VALORIZAÇÃO E DESIGUALDADE ENTRE OS EMPREGADOS?
É cada vez mais difícil engolir a gritante desigualdade que permeia a gestão da Emater, frente à dura realidade enfrentada pelos trabalhadores. A contradição é escancarada: enquanto os empregados batalham para manter os resultados, mesmo em condições cada vez mais precárias e com restrições orçamentárias, o fruto do seu trabalho ostenta gastos desnecessários e questionáveis. O evento no luxuoso resort Tauá é uma afronta direta à dignidade de todos aqueles que garantem que a Empresa continue de pé.
“Riso é coisa séria”? Que motivos temos para sorrir? O “momento de reflexão e inspiração” está chegando, mas a sensação é de um picadeiro. Em vez de valorização, os trabalhadores assistem à gestão proporcionar um espetáculo glamuroso, como se tudo estivesse indo a mil maravilhas — apenas para eles, claro.
A Contradição Entre Discurso e Prática da diretoria da Empresa
Há enorme contradição entre o discurso da gestão e a sua prática. Por um lado, trabalhadores se sacrificam enfrentando uma carga de trabalho insuportável, com salários defasados e equipes desfalcadas. Do outro lado, a “cabeça” só cresce, se beneficia e ostenta, como se a realidade dos trabalhadores não fizesse parte da missão da Empresa.
Para piorar, na “comemoração” dos resultados, cria-se uma expectativa em todos os trabalhadores, que são submetidos a uma consulta sobre a intenção de participação, para depois passar pelo constrangimento de saber que o evento seria restrito, única e exclusivamente, àqueles que assinaram o “pacto” por resultados. Os empregados foram divididos, com tratamento desigual, criando um ambiente de desconfiança e exclusão, quando o correto é reconhecer o esforço coletivo de todos, independente de “pactos” e metas, afinal, aqueles que não assinaram o pacto, também cumpriram com suas metas.
O “pacto por resultados”, de construção unilateral, é uma armadilha que beneficia apenas quem o constrói. Impõem metas abusivas e oferecem premiações vexatórias – o que oferecem são equipamentos de trabalho, que já é obrigação da Empresa – enquanto o dinheiro, arrecadado a duras penas, financia eventos com toda a pompa e luxo, sem nenhum retorno para os trabalhadores. A lógica é perversa: quem faz a roda girar recebe migalhas, enquanto quem gira a cadeira esbanja os frutos.
O discurso da Diretoria da Empresa é o oposto da prática. Exalta-se a importância da missão da Empresa, mas desrespeita quem, de fato, a torna possível. Assinaram até um Pacto Global com a ONU, mas descumprem aquele compromisso ao negligenciar o maior patrimônio da Empresa: seus trabalhadores e os agricultores familiares. Como pode uma empresa que se diz comprometida com a justiça social tratar seus empregados dessa maneira?
O esforço para enfraquecer a união dos trabalhadores na defesa do que realmente importa, que é a luta por melhores condições de trabalho, evidencia que o “bom diálogo”, que a diretoria da Empresa tanto prega, não existe. Há imposição de um “modus operandi” que divide, exclui e desrespeita.
A contradição é explícita: discurso de responsabilidade versus prática de desperdício e farra com o dinheiro público. A pergunta que fica: empresa diferente, gestão eficiente? A resposta parece cada vez mais evidente. O discurso é recheado de promessas, mas a prática é completamente diferente. De discursos vazios, o trabalhador já está farto.
A Realidade dos Trabalhadores: Arrocho Salarial e Falta de Isonomia
Ao contrário da cena de eventos caros, a realidade dos trabalhadores é dura. Seguem sem a recomposição inflacionária de 2022 e 2023, e a recomposição de 2019 – Dissídio Coletivo, depois de muita luta foi deferido o reajuste de 5%, mas a Diretoria da Emater protela recorrendo para o TST, agravando ainda mais a defasagem salarial. A Diretoria da Empresa também segue promovendo diferenças absurdas entre os salários dos empregados, privilegiando os cargos de confiança e de recrutamento amplo em detrimento dos demais, além da falta de isonomia nas progressões horizontais para toda a categoria.
Trabalhadores cedidos pelas prefeituras sem direito ao mesmo vale-alimentação que os diretores e outras chefias, também cedidos, recebem. A desigualdade se amplia, e a divisão entre os trabalhadores se aprofunda, pois, ao invés de tratar todos com equidade, a gestão privilegia uma pequena parcela.
Do que adianta tanto evento para “fortalecer a marca”, se não há valorização de quem realmente faz essa marca aparecer? Do que adianta evento para valorizar “o riso”, se os trabalhadores são deliberadamente enfraquecidos e seus direitos sistematicamente desrespeitados?
A solução não está em festas e eventos grandiosos. A ostentação virou prioridade para a diretoria, e a dignidade item de luxo para a categoria. O foco é perpetuar privilégios para poucos, enquanto a grande maioria luta pela sobrevivência de seus familiares.
A grande ironia é que a maior e melhor empresa de ATER pública do Brasil, que trabalha para valorizar a agricultura familiar, não valoriza empregados antigos, não retém novos talentos e descumpre continuamente compromissos com seus trabalhadores.
A desigualdade que se instala dentro da Empresa precisa ser combatida. Chega de privilégios para poucos e descaso com quem realmente faz a diferença. Respeitem nossos direitos! Respeitem nossa “MEXPAR”! É hora de restaurar a dignidade no ambiente de trabalho e garantir o compromisso com aqueles que sustentam a verdadeira missão da Emater. É obrigação do gestor público zelar pelo bem-estar social e defender os interesses da sociedade.
Exigimos justiça, respeito e valorização!