O Mundo Encantado do “Pacto por Resultados”
No mundo encantado da gestão da Empresa, onde a fantasia da meritocracia é vendida como realidade, rolou mais uma festa do Pacto por Resultados, com direito a tapete vermelho e premiação em dinheiro, distribuído por agentes financeiros — estímulo que não constava no regulamento do tal “pacto”. Os critérios foram claros? Houve transparência e ética? E quanto ao conflito de interesses: comissão formada por chefia de gabinete e gerência de DEPGE, está correto? Quanta coincidência, pasmem: quem estabelece os critérios de premiação sair premiado. E, como sempre, nada foi negociado no ACT, nem com os trabalhadores/equipes. No final, tanta gastança com todos os trabalhadores? Que nada! O pacto é da gestão, o esforço para gerar resultados é de todos!
A discrepância virou regra. Para o Diretor-Presidente, um humilde carrão na faixa dos R$ 300 mil, novinho com toda pompa – ostentação paga com dinheiro público, claro! Para os regionais e locais, modelos mais “modestos”. E para quem realmente move a empresa? Carrinhos… e outros materiais de trabalho, empacotados como “premiação”. Enquanto uns aceleram no luxo, outros seguem empurrando o trabalho nas costas, com salário defasado e zero de valorização.
A festa, claro, não era para todos. Quem disse não ao faz-de-conta meritocrático ficou de fora, mesmo fazendo parte de todo o esforço empreendido para atingir as metas estabelecidas pela Empresa. Afinal, reconhecer o esforço de todos seria pedir demais? Para uma gestão comprometida, não; mas, para uma gestão que prefere dividir para conquistar, sim. Premiações que não agregam em nada a quem rala no dia a dia. Mas tem parabéns e tem medalhas, muitas, aliás! Reconhecimento e valorização? Nossas negociações coletivas vêm aí! Veremos!!!
Durante o evento, os números apresentados mostraram que a arrecadação da Empresa cresceu, que os resultados “foram superados” e que todos devem se orgulhar. Só esqueceram de explicar: para onde vai todo esse dinheiro conquistado à base de muito suor? Porque, não foi para recompor a inflação da data-base 2019 – Dissídio Coletivo em que o Tribunal Regional do Trabalho determinou a reposição inflacionária de 5%, mas que a Empresa recorreu para o Tribunal Superior do Trabalho. Nem tão pouco para as perdas salariais de 2022 e 2023, que se negam a negociar. E ainda resistem em cumprir a decisão judicial, transitada em julgado, para a concessão das letras a todos que fazem jus.
Por outro lado, vangloriam-se de ter pago valores muito aquém ao devido aos empregados que aderiram ao acordo parcial – que por sinal, só aderiram pela situação de penúria da maioria. Orgulham-se de ter pago mais de R$ 18 milhões de um passivo trabalhista, muito maior, inclusive, que foi criado e inflado pela própria Empresa, ao deixar de cumprir com o Plano de Cargos e Salários, com enorme prejuízo para os trabalhadores que não receberam as letras no momento próprio. Graças ao SINTER, que enfrentou árdua luta jurídica, recupera-se em parte tal direito. Presencia-se total inversão de valores. Ao invés da real valorização dos seus empregados opta-se por realizar festa em resort e desfilar carros de luxo para a “elite meritocrata”.
No fim das contas, o Pacto por Resultados virou símbolo da contradição: vende superação, mas entrega segregação. Para os de cima, ostentação, e para os trabalhadores, a velha receita: descaso, exclusão e mais promessas vazias. E assim vamos seguindo, entre carrões e carrinhos, num “espetáculo dantesco”, que só serve mesmo para ampliar a distância entre quem está no comando e de quem executa tão importante trabalho – sem a necessária e real valorização!
A NOSSA UNIÃO É FUNDAMENTAL PARA SUPERAR TAL SITUAÇÃO.
JUNTOS SOMOS FORTES, SOMOS SINTER.