O Sinter-MG, Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais repudia as graves afirmações/acusações feitas pela Secretária de Estado da Agricultura, Senhora Ana Maria Valentini, durante reunião virtual realizada ao vivo “live”, em 9/2, com a participação de trabalhadores da Epamig, sobre o processo de fusão das Empresas Públicas de Minas Gerais: Epamig e Emater.

Com conduta completamente antiética e desrespeitosa, a Senhora Secretária atacou os Agricultores Familiares e os Trabalhadores da Extensão Rural mineira. Naquela ocasião, ela afirmou: “…infelizmente, algumas pessoas estão aterrorizando os pequenos produtores rurais, ameaçando que eles vão ficar sem assistência gratuita e que precisam gravar um vídeo, segurar um cartaz…”. Trata-se de acusação que desrespeita a dignidade de cidadãos.  Em primeiro lugar, os “Pequenos Produtores” são acusados de incapazes de se manifestarem e mobilizarem livremente em defesa do serviço de ATER pública.

Desconhece a Senhora Secretária que eles, juntamente com os Trabalhadores da ATER, lutaram muito e conquistaram o direito ao serviço de ATER pública e gratuita, garantido nas Constituições – Estadual e Federal. Os Agricultores Familiares merecem toda a nossa admiração, por defenderem direito que foi conquistado.  Quanto aos Trabalhadores da ATER, jamais se prestariam a coagir, quem quer que seja!

Como se não bastassem tais ataques, a Senhora Secretária, fez comentário desqualificando os Agricultores Familiares do Vale do Jequitinhonha. Além do negacionismo do saber historicamente acumulado por esses, os tratou com enorme preconceito, como se não fossem cidadãos de direitos. O Vale do Jequitinhonha não é motivo de vergonha para Minas, mas de muito orgulho! Mesmo com pouco acesso às políticas públicas, o serviço da Emater é o que chega até eles, que resistem, bravamente!

Enquanto a agricultura empresarial – o agronegócio – produz para exportar, são os agricultores do Jequitinhonha que integram a agricultura familiar do Estado, que produz setenta por cento dos alimentos que chegam às nossas mesas, além de terem uma produção de artesanato extraordinária e reconhecida nacionalmente como bem econômico-social e cultural, de valor incalculável! Repudia-se, veementemente mais essa agressão inimaginável, de uma autoridade pública, que deve uma retratação.

A Senhora Secretária também afirma, juntamente com o Diretor Trazilbo de Paula, que trabalhadores da ATER, disseminam mensagens falsas – “fake news”. Acusação sem comprovação. Pelo contrário, o plano de privatização de Emater e Epamig, dentre outras empresas, constou do plano do candidato eleito ao Governo de Minas. O que se tem conhecimento que fora escrito é isso! Portanto, a apreensão dos Agricultores Familiares e profissionais da ATER e da Pesquisa é muito compreensível.

Em ato contínuo de desrespeito, e incompatível com o cargo ocupado, a Senhora Secretária, quando, uma única pessoa, sugere a existência de ataques à Epamig, através de mídia social, por empregados da Emater e “ … o que seria feito para tratar o clima organizacional pós fusão”, o descontrole da Sra. Secretária foi total. Ela menciona uma situação pontual de dúvida que lhe fora apresentada, com ataques:  “… Eu não entendo por que não fusão?” “… Eles não têm argumentos!.” … Não, não, não!…” “…Pessoas que não conseguem verbalizar!…” “talvez seja o caso de ofertar ajuda de profissionais da psicologia, para que as pessoas consigam “verbalizar”.”

Um despropósito! Quem resiste à precarização é idiota? Não consegue verbalizar?…

Importante destacar que o NÃO de que ela reclama tanto, tem fundamento SIM! A proposta de fortalecimento da EMATER-MG, amplamente discutida com os trabalhadores da Empresa, resultou em um documento que lhe foi entregue, pelo SINTER, em junho de 2019, em que consta um diagnóstico da realidade da Empresa e propostas, inclusive, de reestruturação para reduzir a cabeça, hoje desproporcional e ampliar tronco, braços e pernas para viabilizar a atividade fim.

É impensável que queira a Sra. Secretária que digamos sim à vaga e repetida fala de que o “projeto” está sendo elaborado, nos bastidores, por pessoas que desconhecem a realidade no campo.

Não há divergência entre trabalhadores da Emater e Epamig , esses têm atividades em parceria,  se respeitam mutuamente, e  compreendem a importância da atuação em cada área. Fortalecer tais ações não tem que destruir duas instituições que são tão importantes para nosso Estado. Ambas estão com a mesma compreensão quanto à “ideia de fusão”, como podemos ver nas falas das entidades que representam os trabalhadores das duas empresas.

 “Como diretor do Sintappi de Minas Gerais, que representa os servidores da Epamig testemunho o empenho da diretoria do SINTER em consolidar uma aliança com o nosso Sindicato, já no início da luta contra a proposta de fusão das duas empresas. O Sindicato, como representante dos trabalhadores da Emater, sempre defendeu o fortalecimento da Epamig e de seus trabalhadores. Lamento a posição da Secretária de Agricultura, com relação à acusação de disseminação de “fake News” atribuídas a funcionários da Emater. Somos testemunhas do empenho da direção do Sinter na defesa do serviço público de Minas Gerais, bem como o respeito que a instituição tem e orienta os trabalhadores no mesmo sentido, em relação à Epamig e aos seus funcionários.”

Carlos Mário Paes Camacho – Prof. do Instituto de Laticínios Cândido Tostes e diretor do SINTAPPI – Sindicato dos Trabalhadores da Pesquisa.

 “A ASPE – Associação dos Pesquisadores da Epamig se posiciona contrária ao processo de fusão proposto pelo governo do estado de Minas Gerais, pois não tem conhecimento nenhum da referida proposta. Vale destacar que tanto a Epamig quanto a Emater, apesar de todas as adversidades, têm procurado executar suas atividades com o intuito de desenvolver a agropecuária mineira, cada qual com sua expertise, porém parceiras neste processo.”

Cláudio Egon Faccion – Diretor Administrativo da ASPE

“O SINTER, Sindicato que congrega a maior parte dos trabalhadores da Emater-MG, tem o maior e mais profundo respeito pela Pesquisa e pelos trabalhadores da Epamig.  É lamentável a conduta desrespeitosa da Senhora Secretaria da Agricultura, para com os empregados da Emater, que os desqualifica e, ainda, aos Agricultores Familiares do Vale do Jequitinhonha. O movimento contrário à fusão é popular e espontâneo, e tenta desestimular o governo de adotar uma medida que tanto os Trabalhadores da Emater, quanto da Epamig, entendem que será prejudicial para ambas as Empresas. É entristecedor que de onde deveria vir o diálogo e a construção, venha ataque.”

Fábio Alves de Morais – Diretor Geral do SINTER-MG

Manifestamos nosso veemente REPÚDIO pelo desrespeito da Senhora Secretária da Agricultura aos Agricultores Familiares, Povos Tradicionais do Vale do Jequitinhonha e Empregados da Emater.

Afirmamos nossa enorme disposição de seguirmos Fortes e Unidos na Luta pelo fortalecimento da EMATER e da EPAMIG, Empresa fundamentais, para o desenvolvimento sustentável da nossa Minas Gerais!