Ferramenta de trabalho não é premiação! SINTER segue na luta incansável pela dignidade dos trabalhadores.

Em live realizada nessa terça-feira, 5/10, a diretoria da Emater-MG apresentou uma iniciativa de gestão empresarial denominada “Pacto por Resultados”, uma proposta de “premiação” para os(as) empregados(as), em função do cumprimento de metas. Após conhecer detalhes da proposta, o SINTER vem manifestar suas preocupações com aspectos que considera totalmente inadequados.

Acordo Coletivo de Trabalho X “Pacto por Resultados”

Sobre o questionamento dos trabalhadores acerca do Acordo Coletivo de Trabalho, a reposta foi de que uma coisa não tem a ver com a outra, que são assuntos que se completam, mas que não precisam estar relacionados neste momento.

O Sindicato discorda completamente de tal fala. O SINTER, há mais de 30 anos vem lutando por salários dignos e condições adequadas de trabalho, e, muitas das conquistas que se tem hoje, foram resultado da garra da categoria.

Estamos em outubro e a data base é 1º de maio. Afirmar que uma coisa não tem a ver com a outra é agir com desprezo em relação às necessidades dos(as) trabalhadores. Como uma proposta de metas não está relacionada ao Acordo Coletivo? O ACT trata de direitos e obrigações, inclusive, na pauta consta a reivindicação histórica dos empregados(as) pelo prêmio por produtividade.

Vivemos uma crise sanitária-econômica e social no nosso país, com descontrole da inflação. Há 3 anos sem repor sequer a inflação aos salários, a situação está insustentável! Precisamos sim, falar do ACT. Falar em pacto por resultados, quando se nega todas as reinvindicações dos(as) trabalhadores é, no mínimo, um descaso com a categoria.

É preciso considerar que firmar o ACT e melhorar a situação salarial e outras condições dos(as) empregados(as) da Empresa, bem como admitir para recompor a força de trabalho é fundamental para ampliar os resultados.  O   ACT É INSTRUMENTO IMPULSIONADOR DO FORTALECIMENTO DA ATER.

“Pacto por Resultados x Premiação”

Quem está há mais tempo na Empresa sabe que é uma reivindicação histórica a premiação por resultados.  A atual proposta apresentada pela diretoria da EMATER não leva em conta a realidade da Empresa. Considera como se as unidades locais tivessem as mesmas condições das regionais e do escritório central. As metas para serem cumpridas não dependem apenas do esforço pessoal, da “meritocracia”. Não é a mesma a situação enfrentada por quem está nas atividades meio e no topo da pirâmide.

O foco tem de ser no real contexto, do dia-a-dia do profissional da ATER. Na atividade fim os profissionais estão trabalhando no limite! Além de condições muitas vezes inadequadas no ambiente de trabalho, seja no aspecto físico, seja pela ausência de apoio administrativo, e ainda sofrem pressão de toda natureza. Enquanto isso, no último concurso não constou vaga para recompor as esquipes dos escritórios locais, com profissionais tão importantes para o trabalho de ATER.

Antes de se falar em mais metas, é preciso admitir pessoas para repor a força de trabalho que está insuficiente. Mesmo para os profissionais de bem-estar social e da agropecuária que têm candidatos aprovados no concurso, as admissões nem repuseram as saídas. Dados da Empresa, apontam uma redução de 4% no número de empregados, comparando-se 2020 com 2019.

“Premiação” x equipamentos de trabalho

A premiação por resultados é um pleito que vem sendo reivindicado pelos trabalhadores e    chegou a ser negociado, mas a diretoria da Empresa, na época, não honrou seu compromisso. Prêmio por produtividade tem que ser feito de forma que os resultados sejam definidos a partir da realidade objetiva e não de cima para baixo. Devem ser asseguradas as condições para a sua realização e o prêmio deve recompensar o maior esforço, com retribuição pecuniária para o(a) empregado(a).

Ferramentas, equipamentos de trabalho, viagens de capacitação, são condições para se trabalhar, obrigação do empregador fornecê-las. Quanto ao ínfimo valor, entende que só poderia vir a ser rediscutido, mas em bases mais justas.

O Sindicato respeita o direito da Empresa de apresentar propostas que, em tese, visem o aperfeiçoamento da sua gestão. Entretanto, não compactua com medidas arbitrárias, com adoção de metas que estão fora da realidade da Empresa e sem discussão ou anuência dos(as) empregados(as).

O SINTER repudia veemente tal proposição, pois se trata de verdadeira afronta ao entendimento mediano dos(as) trabalhadores(as).

Vamos continuar lutando para que possamos firmar um Acordo Coletivo que assegure condições dignas de trabalho, incluindo o Prêmio por Produtividade, em outras bases.

JUNTOS SOMOS MAIS FORTES. JUNTOS SOMOS SINTER-MG