NOTA DE REPÚDIO E PEDIDO DE DESCULPAS À SOCIEDADE MINEIRA

O Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais – SINTER-MG vem REPUDIAR E PEDIR DESCULPAS, pelas razões a seguir:  

A diretoria executiva da EMATER-MG, em atividade de comemoração dos 75 anos de existência da Empresa, em 06/10, homenageou ex-presidente da república. Conduta absurda! Pois esse, quando no governo, foi extremamente perverso, também, para com a agricultura familiar, razão de existir da ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) pública. Extinguiu o MDA – Ministério de Desenvolvimento Agrário e da Agricultura familiar, reduziu, drasticamente, os recursos do PRONAF-Programa Nacional da Agricultura Familiar; PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar, e serviço de ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural.

À época, tempos sombrios, os recursos públicos foram destinados, majoritariamente, para a agricultura que tem como objetivo produzir “commodities”, produtos para comercialização em bolsa de valores, visando lucros, com consequente concentração da riqueza, sem respeito à sustentabilidade ambiental e à agricultura familiar.

Tal homenagem foi completamente descabida e incoerente!  Agrava ainda mais a situação o fato de que na diretoria da Empresa, dos quatro integrantes, três são empregados de carreira. Quanta negação da importante história da EMATER!

O SINTER manifesta veemente repúdio.

Reafirma, nesta oportunidade, seu compromisso de RESISTIR na luta pelo FORTALECIMENTO DO IMPORTANTE TRABALHO DA ATER PÚBLICA, destinado à AGRICULTURA FAMILIAR MINEIRA.

DESCULPAS AOS(ÀS) AGRICULTORES(AS) FAMILIARES E SOCIEDADE MINEIRA.

NÃO COMPARTILHAMOS DE TAL INSANIDADE.

  

“… Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada…”

Eduardo Alves da Costa 

Nota: Trecho do poema “NO CAMINHO, COM MAIAKÓVSKI